quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Aquele homem, Néstor Kirchner

A presidente Cristina Kirchner no velorio de
seu marido e ex-presidente Néstor Kirchner.

No final da década de 70 os dois eram recém formados em direito, ele, Néstor, vinha do sul do país, ela, Cristina, de La Plata, Província de Buenos Aires.  Ambos decidem ir para Santa Cruz, terra natal dele depois do golpe militar de 1976. E seria por lá que começariam seu pequeno império político-econômico dentro do Partido Justicialista. Sempre juntos, ombro a ombro, com ele aparecendo mais, foram conquistando a prefeitura de Río Gallegos, capital de Santa Cruz, logo governador da província varias vezes; e ela senadora por vários mandatos. Somaram-se uma fortuna considerável junto a práticas políticas conservadoras, autoritárias e personalistas. Foram conseqüentes a cada período histórico, na ditadura se fez o dinheiro, na democracia o poder. Na época neoliberal de Carlos Menem, foram neoliberais, apoiando leis que desmantelaram o estado argentino. Que homem chega a governador e não quer ser presidente?

Em 2001, Argentina desaba em pedaços. Tanto o sistema político como o econômico se desfazem frente a uma população cansada de tudo e de todos.

Entre tropeços e uma luta feroz dentro do peronismo chegasse à eleição de 2003. Néstor Kirchner chega como um candidato desconhecido e consegue com poucos votos (apenas um 23 por cento) ganhar ditas eleições.

Começa então a aparecer um líder político que ninguém esperava. Trocou os juízes da Suprema Corte de Justiça dando a esta um novo perfil necessário para uma nova etapa de país. Revogou o indulto dado aos militares mais sanguinários da America latina e deu um novo impulso para os direitos humanos no país. Tanto as Mães como as Avós da Praça de Maio receberam por primeira vez um tratamento merecido por parte do estado. O fortalecimento do MERCOSUL, alianças estratégicas com os países do continente Latino-americano, uma política independente dos Estados Unidos. Mais impostos ao setor agroexportador que lhe custou o ódio das classes poderosas. A política de renda universal por filho, parecido ao bolsa família, e a estatização do sistema de aposentadorias significaram uma distribuição dos ingressos. A lei de mídia audiovisual, com a qual ganhou o ódio do maior grupo de comunicações: Clarín, que levará uma igualdade no acesso a informação.

Muitos viram nestas atitudes um oportunismo político já que ele nunca teve em 30 anos de vida pública ações semelhantes. Mas, o que importa? O importante não era no que ele realmente acreditava, e sim no que fez e o que fez ao povo para acreditar novamente que outro país era possível. Formou junto a sua mulher um governo de centro esquerda disposto a melhorar a vida das classes menos favorecidas. Deu esperança para uma nova geração que já não acreditava em mais nada. Colocou a Argentina novamente como protagonista na política sul-americana.

Um estrategista político como poucos. Algo indispensável numa Argentina cada vez mais polarizada. Estava tudo pronto; alianças políticas acertadas e pesquisas que davam a ele como vencedor das próximas eleições presidenciais. Sua morte repentina não só deixará um vazio, senão que também exigirá de sua viúva uma enorme força de comando.

O projeto político por ele forjado não é só indispensável para a Argentina, também é peça chave no continente.

Apesar das diferenças e críticas, deixo o meu maior respeito a uma grande figura que mudou o rumo das coisas.

Renato Pompeu, 50 años de periodismo

Estoy completando este mes 50 años de periodismo profesional, que inicié al entrar por concurso en 1960 en la "Folha da Manhã", hoy "Folha de S. Paulo". Continuo enfrentando la profesión como la inicié: alegre por prestar un servicio público y frustrado por no conseguir, por los límites personales y externos, prestar plenamente dicho servicio.

El maestro Renato Pompeu
Aprendí mucho en todas estas décadas. En primer lugar, aprendí que un periodista no necesita saber nada, necesita apenas saber quien sabe. El periodista, al contrario de los intelectuales, no tiene que divulgar sus conocimientos, y si divulgar los conocimientos de terceros, siempre relatando en base a fuentes, sin embargo puede no identificar esas fuentes. Esas fuentes pueden ser testigos, especialistas, encuetas y/u otros documentos. Lo que el periodista necesita saber es realmente como conseguir llegar a las fuentes en cada tema específico, y distinguir entre las buenas y malas fuentes.

Una segunda constatación que hice es que la especialización en alguna problemática, sea Deporte o Política, o la que fuere, puede ser más prejudicial que benéfica. Un periodista siempre depende de sus fuentes y, si insiste en quedarse años cubriendo el mismo campo, puede quedarse prisionero de sus fuentes. Él no puede correr riesgos en desagradar cada una de sus fuentes, publicando una información importante que la fuente no quiere que se vea divulgada, pues en dicho caso la fuente dejará de prestar nuevas informaciones. Por eso, a lo largo de mi carrera, siempre busqué pasar sucesivamente de un campo de cobertura hacia otro. A tal punto que cuando me preguntan, "Al final, ¿eres periodista especializado en qué?", siempre respondo: "Soy periodista especializado en periodismo".

Otra cosa que aprendí fue que cada periodista tiene las fuentes que se merece. Si el periodista es un ser intelectualizado que busca ser imparcial, él tendrá como fuentes seres intelectualizados que buscan ser imparciales. Si el periodista es conservador, tendrá conservadores como fuentes. Si el periodista es izquierdista, tendrá izquierdistas como fuentes. Decime quiénes son tus fuentes, y diré quién eres. O mejor, decime quien eres y te diré quienes son tus fuentes.

Finalmente, aprendí que existe un otro juego de espejos como ese entre los periodistas y sus fuentes: es la identificación de los integrantes de una redacción exitosa con su público. La composición social, política y cultural de una redacción exitosa va al mismo tiempo criando un público de composición social, política y cultural semejante, y vice versa, las exigencias del público van alterando la composición de la redacción que sirve aquel público. Dijo Marx, refiriéndose a los libros, "Cada obra crea su propio público". Dijo mi fallecido hermano, periodista Sérgio Pompeu: "El periodista necesita tener un vínculo con su público, sino su obra caerá en el vacío, o será recibida con hostilidad. Dime si te gusta leerme y te diré si eres parecido/parecida conmigo”.

Publicado originalmente en la revista Caros Amigos.

Mas conocido como Renatão, Renato Pompeu, pasó por las principales redacciones periodísticas de Brasil, ganó 4 premios por sus trabajos periodísticos, tiene 22 libros publicados y actualmente colabora con los medios "Caros Amigos", "Carta Capital", "Diário do Comércio" y "Diário de S. Paulo".

Pueden leer sus textos en Blog do Renatão